Exemplo de Leila Brum mostra que empreendedorismo no campo tem tudo para dar certo
“Empreender para garantir sobrevivência e complementar a renda da família”.
Esse é o lema das 13 mulheres rurais que dão vida à agroindústria Delícias da Colônia em Arroio do Tigre, no Rio Grande do Sul.
Além de promover mais autoestima à mulher rural, a agroindústria possibilita agregar renda extra junto às atividades agrícolas já desempenhadas por elas.
No dia a dia, elas mostram o potencial e a esperança de novas histórias que estão sendo escritas por meio da união.
Foi assim com Leia Brum, que hoje é presidente da Agroindústria Delícias da Colônia e também empreendedora rural.
“Em minha família, sempre fui um exemplo como mãe, dona de casa e hoje também provedora, trabalhando por mais direitos e novas conquistas”.
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Ela conta que na agroindústria desenvolvem habilidades profissionais para criar e administrar nosso próprio negócio.
“É uma forma de complementar a renda e produzir nosso próprio sustento. Somos um grupo de guerreiras”, afirma Leila Brum.
Parcerias para o empreendedorismo no campo dar certo
Com o apoio da Japan Tobacco International (JTI), por meio do Programa Alcançando a Redução do Trabalho Infantil pelo suporte à Educação (ARISE), em parceria com a Emater/RS, a agroindústria produz cucas, pães, bolachas, massas, bolos, tortas e pizzas que são vendidas em feiras e em pequenos comércios da cidade.
A iniciativa demonstra que a mulher rural, além do trabalho na agricultura, enxerga no empreendedorismo no campo mais uma forma de profissionalização e realização.
Inaugurada há pouco menos de dois anos, a agroindústria foi afetada diretamente pela pandemia de Covid.
Mas a situação adversa não impediu o trabalho e o empenho das 13 mulheres em seguir com o empreendimento e alcançar novos patamares.
“Hoje, a mulher rural se destaca também no comércio, com novos olhares e oportunidades para superar qualquer crise.”
Segundo Leila, ainda há algumas barreiras.
“Estamos ganhando mais valor a cada dia, apesar de ainda existir muito preconceito e machismo contra a mulher. Mesmo assim, estamos mostrando que temos muito a agregar em todos os lugares que podemos ocupar, afinal, somos muito perseverantes”, destaca Leila.
Capacitação e iniciativa para prosperar
Por meio da profissionalização da mão de obra feminina e capacitação para novas atividades, a JTI atua no combate ao trabalho infantil, problema que atinge diretamente famílias que vivem em áreas rurais.
“A agroindústria é uma iniciativa do ARISE que está alinhada ao pilar de empoderamento socioeconômico. Quando uma mulher rural tem a possibilidade de contribuir diretamente com a renda familiar, ela tem maior chance de contratar uma mão de obra adulta, evitando o uso de mão de obra infantil, que pode ser um filho ou familiar menor de idade”, afirma Marinês Kittel, supervisora de Projetos Sociais da JTI.
Impacto na economia local e também no desenvolvimento pessoal
Trabalhando em esquema de revezamento de serviço, as sócias esperam ampliar a produção e agregar mais mulheres da região.
“Quando a demanda é grande, nós todas trabalhamos juntas. E a demanda cresce a cada dia, para nossa felicidade. Podem participar conosco mulheres rurais que residem no mesmo município da agroindústria. Nosso empreendimento, além de oferecer formação, também possibilita desenvolver habilidades sociais e troca de saberes entre todas as integrantes”, afirma Leila.
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Quem pode participar atualmente são mulheres que residem na localidade ou próximas da localidade da sede em Arroio do Tigre e que sejam sócias da associação.
Para participar ela precisa inicialmente ser capacitada no curso de “Boas Práticas de Agroindústria”, com no mínimo 40 horas de treinamento.
Essa capacitação é realizada pela Emater/RS em parceria com a Prefeitura de Arroio do Tigre.