Brasileira que mora em Portugal há três anos é hoje uma das organizadoras de missões entre os dois países com o foco no conhecimento e crescimento profissional

Uma teia invisível capaz de impulsionar negócios, transformar realidades, gerar oportunidades e crescimento. O nome disso tudo: conexão. Ela é responsável, em meio ao cenário global do imediatismo, como a força propulsora que vai além das transações comerciais, mas fortalece a resiliência, fomenta a inovação e o empreendedorismo.

E essa atitude pode começar na infância. E foi exatamente isso que aconteceu com a empresária Yêda Maria Fernal Cunha e Sampaio Leite ou Yêda Fernal, de 66 anos. Ela atua na área do Empreendedorismo, Empreendedorismo Feminino e promove ações de conexões de pessoas e negócios. E recorda que ser empreendedora está na essência.

“Sempre fui empreendedora. Está no sangue, no DNA. Aos cinco anos já brincava de dona de loja”, recorda.

A brasileira mora em Lamego, Portugal, há três anos e lembra que a motivação de iniciar o próprio negócio surgiu depois de entender que queria voos mais altos e liberdade de escolha a partir de projetos próprios.

“Arriscar e ousar são características do empreendedor”, enfatiza.

Yêda desde 2017 organiza missões empresariais entre Brasil e Portugal. Casada, é mãe de um rapaz de 31 anos e também possui qualificações em Letras e Administração de Empresas.

Yêda e as oportunidades para crescer

A conectividade entre negócios não é apenas uma tendência, mas a essência de uma nova era, onde empreendedores podem alcançar desenvolvimento que ultrapassam fronteiras.

Neste mesmo sentido, Yêda reforça que para essa construção, esse processo de amadurecimento e crescimento são necessários alguns valores fundamentais como: ética, respeito pelas pessoas, profissionalismo, conhecimento da área de atuação e visão estratégica para prever ações futuras e possibilidades. Mas, não pode ficar de lado a atitude e foco das pessoas envolvidas.

E uma das trajetórias desafiadoras da empresária também foi a criação da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do estado de Minas Gerais Mulher (Federaminas Mulher).

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Yêda explica que, ao assumir a presidência da instituição haviam apenas nove Câmaras da Mulher no estado.

“Existia muita resistência no início. Esse foi um grande trabalho de convencimento dos homens de que estávamos todos juntos, não eram homens e mulheres disputando espaços, mas pessoas trabalhando juntas e integradas. E no término da minha gestão entreguei 53 Câmaras da Mulher no estado”, afirma.

O movimento da Federaminas Mulher conquistou vários reconhecimentos no Brasil e no exterior, pois a entidade atua também na promoção de missões empresariais, eventos, debates e prêmios de reconhecimentos às empreendedoras mulheres.

O que é preciso para empreender?

Essa é ainda uma frase que gera ainda muito debate e questionamentos na hora de empreender. Mas, o que fazer, como fazer, para que lado ir.

Yêda, que organizou recentemente uma missão empresarial do Sebrae Delas Santa Catarina para Portugal, aconselha as mulheres a caminhar junto entre gestão e planejamento.

Entretanto, outros pontos não podem ser deixados de lado como: coragem, vontade de fazer, conhecimento e capacitação em gestão de negócios, independente da área onde irá atuar.

Desenhando horizontes desde a infância

Neste caminho de crescimento e amadurecimento, Yêda analisa que as tempestades fazem parte da vida dela.

“A primeira foi ser afastada de meus pais e irmãozinho aos sete anos, quando eles se mudaram para uma fazenda no interior do Paraná e eu, em início de idade escolar, não pude acompanhar a família. Neste momento, entendi que a minha vida seria desenhada por mim, sozinha, e que eu teria que seguir sempre em frente, contando apenas com os meus passos”, recorda.

Ela foi professora, analista de mercado de capitais, dona de loja de roupas feminina, teve marca de roupas, gerente de banco e diretora financeira de agência de publicidade.

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Superando obstáculos

Em abril de 2002, recebeu o diagnóstico de câncer de mama e em novembro do mesmo ano, ficou viúva. Mas, mesmo com esses desafios, decidiu construir a trajetória com fé, esperança e trabalho.

Em 2009, ao entrar para o associativismo, por meio da Associação Comercial de Minas, descobriu a grande motivação e missão de vida: ajudar mulheres a empreenderem e se encontrarem com seus propósitos.

Assumiu os cargos de presidente do Conselho da Mulher Empreendedora, presidente da Federaminas Mulher e vice-presidente do Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura.

Em 2020, casou-se com um português e cruzou o oceano, em plena Pandemia da Covid-19, apenas com duas malas na bagagem, mas com uma essência maravilhosa em ajudar pessoas e conectar negócios. E muitas histórias de interação ainda serão contadas e ativadas por ela.