Neste artigo, a Head People & Community Fernanda Bernardo destaca que a busca por um equilíbrio entre vida pessoal e profissional tornou-se cada vez mais relevante, especialmente após a pandemia da Covid-19
Segundo o relatório Protegendo o Futuro do Trabalho, em uma pesquisa sobre comportamento das pessoas pós-pandemia, realizada por uma plataforma de buscas on-line, 53% dos brasileiros querem mudar de profissão após a Covid-19.
Entre os motivos, estão: equilíbrio entre vida pessoal e profissional (50%), o desejo por um salário mais alto (49%), a busca por uma função mais significativa (31%), reduzir a quantidade de tempo trabalhado (31%) e trabalhar por prazer (14%).
No entanto, mudar de profissão era um movimento que vinha crescendo antes mesmo da pandemia do coronavírus começar.
A decisão por realizar uma transição de carreira pode surgir por diferentes razões, mas geralmente está relacionada à insatisfação ou descontentamento com a área atual.
O profissional busca encontrar algo melhor, que o deixe mais feliz, com maior retorno financeiro. E, às vezes, a pessoa até gosta de onde está, mas procura algo que está faltando para se sentir completa ou realizar um sonho.
Como essa motivação varia de pessoa para pessoa, não existe um passo a passo padrão a ser seguido para fazer a transição de carreira, que pode acontecer de duas formas: intencional ou natural.
A forma intencional é quando você está em uma carreira que não gosta e não quer fazer aquele serviço, trabalha na função por alguma necessidade específica, é o meio que você tem para ganhar algum dinheiro e chegar a um lugar.
Ou seja, você está em uma posição que não te agrada e quer fazer a transição de carreira para uma profissão ou cargo que é do seu desejo e interesse.
Transição de carreira natural
A transição natural é quando você deixa ir acontecendo, vai testando e se adaptando até encontrar o que realmente quer.
Com isso, a sua carreira vai se moldando como se fosse uma massinha, a minha foi assim. Eu até gostava do que eu fazia, mas foram aparecendo alguns descontentamentos, fui fazendo outras coisas e descobrindo o que eu gostava mais e me sentindo mais feliz, até me encontrar.
Por outro lado, diferente de uma transição de carreira natural, não intencional você tende a saber para onde quer ir e consegue traçar um plano de ação para chegar lá, seja estudar, fazer um curso ou algum outro método.
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Antes de realizar uma transição de carreira, é preciso ter em mente que não é simples, mesmo que tudo esteja definido e estruturado. Afinal, o primeiro desafio começa com você.
Nem sempre é fácil saber o que quer, ter clareza, entender qual caminho seguir, sem falar da insegurança. E se não der certo? Será que eu vou gostar? São vários cenários e inúmeros questionamentos.
É importante tentar manter a calma e não se desesperar, pois quanto mais você se planejar, maior a chance das coisas darem certo.
Porém, precisamos estar preparados caso tudo dê errado. Uma transição de carreira pode não funcionar e você acabar não gostando do resultado final.
Às vezes, não era aquilo que foi imaginado ou idealizado. Então é preciso recalcular a rota e ir mudando e adaptando até chegar onde se deseja. E também varia de acordo com o momento de vida, você pode gostar do que está fazendo hoje e daqui um ano isso não faz mais sentido.
Eu acredito que mesmo que isso aconteça, um aprendizado novo nunca será um atraso ou tempo desperdiçado, pois você sempre está somando experiências, para sua vida e para o seu currículo.
É preciso prestar atenção aos fatores que levaram a não funcionar, como, por exemplo, falta de foco e direcionamento tendem a atrapalhar o processo, o que pode não ser visto com bons olhos por algumas empresas.
Eu tendo a ver essa movimentação de forma positiva, pois é necessário muita resiliência e planejamento para chegar lá. Mas, se a pessoa atira para todos os lados, sem nenhuma estratégia, posso encarar como falta de foco. Uma migração consistente pode ser melhor, porque requer cautela. Hoje em dia, existem empresas que dão oportunidade para que colaboradores façam transição de carreira e fornecem uma rede de apoio. Esse, para mim, é o melhor tipo de transição.
É preciso estar preparado para a mudança
Outro bom exemplo é quando você tem um emprego e almeja conquistar uma posição diferente ou atuar em um local de trabalho distinto, mas às vezes não tem os requisitos necessários e vai precisar se especializar antes de realizar a mudança.
Todavia, o pior caso é estar desempregado e buscar uma transição de carreira para conseguir se recolocar no mercado. Neste cenário, você sofre bastante pressão e muitas vezes não tem a oportunidade de se preparar de maneira adequada.
Diante disso, podemos perceber que o próprio processo da transição de carreira tem seus altos e baixos, porque você está aprendendo algo novo e não sabe como é o dia a dia.
Conhecer mais da área que se pretende migrar, tentar descobrir o que as pessoas fazem e saber qual é a rotina, são coisas que considero fundamentais para que você conclua o processo de forma mais tranquila e segura, evitando possíveis surpresas que podem ser desagradáveis.
Por essa razão, a principal dica que eu dou para quem quer começar uma transição de carreira é, antes de tudo, investir em autoconhecimento.
Se conhecer mais, saber o que gosta e o que não gosta, são comportamentos que ajudam a diminuir essa pressão de que precisamos ter todas as respostas para todas as perguntas e que estamos constantemente atrasados no tempo.
Está tudo bem não saber para onde ir, o importante é seguir tentando, descobrindo, pesquisando e testando. Devemos estar abertos para novas possibilidades!
É preciso entender que não é do dia para a noite que se consegue mudar a carreira. É um processo que leva tempo e estudo. Além disso, saiba que nenhum conhecimento vai ser jogado fora, tudo vai se somando.
Por mais que pareçam coisas distantes, uma hora tudo se conecta. Você não está começando do zero, pois já tem alguma bagagem.
Tenha sempre em mente que o propósito da transição de carreira é alcançar os seus objetivos: ser melhor remunerado, se sentir realizado, estar feliz, estar onde você gosta e fazer o que gosta. Nunca ao contrário. E muitas vezes, você precisará fazer alguns sacrifícios no percurso para conseguir chegar lá!
Quem é Fernanda Bernardo?
Fernanda Bernardo desempenha um papel fundamental na Cumbuca, a primeira fintech do Brasil a oferecer uma conta compartilhada gratuita via aplicativo, revolucionando o conceito de conta conjunta.
Na posição de Líder de People e Comunidades, ela lidera a criação e o desenvolvimento dos processos-chave na empresa, incluindo recrutamento, integração, capacitação da equipe, análise de dados, desligamento, comunicação e cultura organizacional.
Graduada em Sistemas de Informação pela renomada Universidade de São Paulo (USP), Fernanda está atualmente cursando um MBA em gestão de pessoas na mesma instituição.
Além de suas responsabilidades na Cumbuca, ela é uma presença ativa na comunidade tech, atuando tanto como organizadora quanto como palestrante em eventos relevantes. Sua contribuição não se limita apenas a eventos físicos; Fernanda também compartilha seu conhecimento através de diversos formatos, como cursos, posts, vídeos e podcasts.
Além de seu trabalho na Cumbuca e em eventos de tecnologia, Fernanda dedica-se a dois projetos pessoais.
O primeiro é o @diabetesmaisdoce, um blog que aborda o tema do diabetes, mostrando que é possível ter uma vida plena mesmo com essa condição, incluindo o desenvolvimento de um aplicativo para auxiliar no controle da doença.
Seu segundo projeto help4papers, visa ajudar pessoas que são tímidas em relação à tecnologia a se comunicarem de forma mais eficaz e a se destacarem como palestrantes.