Fabiana Nunes reflete sobre o protagonismo feminino, bem-estar no trabalho e os desafios de empreender após décadas em ambientes corporativos dominados por homens

Líder, mãe, atleta e agora empreendedora, Fabiana Nunes construiu uma carreira sólida ao longo de mais de 30 anos de experiência.

Desde jovem, busquei autonomia financeira, realizando pequenos trabalhos. Sua trajetória inclui quase uma década em auditoria contábil e consultoria tributária na KPMG, além de passagens por diversos setores, como telecomunicações, indústria e serviços, em empresas renomadas como Telefônica, CSN e Prosegur.

No mundo corporativo, Fabiana assumiu áreas de finanças e tributação, transformando departamentos e implementando processos que geraram resultados significativos.

Com uma habilidade única para formar e reestruturar equipes, ela conquistou o respeito de colegas e lideranças. Entretanto, em um ambiente dominado por homens, precisou se adaptar.

“No começo da minha carreira, me chamavam de ‘mulher trator’. Foi uma época de criar uma ‘armadura’ para lidar com o cotidiano hostil.”

Aprendizados além da carreira

Fabiana conta que, ao longo de sua trajetória, desenvolveu tanto seu lado profissional quanto pessoal: “Encontrei pessoas que apararam minhas arestas. Aprendi que pessoas machucadas tendem a machucar os outros. Isso me fez enxergar a importância de relações saudáveis.”

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Hoje, Fabiana dedica seu tempo a orientar novos líderes, ajudando-os a equilibrar o sucesso profissional com a saúde mental e o bem-estar: “Liderar é servir, e não ser servida. Ao ser transparente e verdadeira, consegui criar conexões reais e conduzir minhas equipes a grandes resultados”.

Resiliência na vida pessoal e profissional

Nos momentos de lazer, Fabiana é apaixonada por esportes e mantém uma forte conexão com sua fé. Em 2016, descreveu um episódio de burnout que obrigou a desacelerar e se dedicou ao autocuidado. A terapia e o esporte tornaram-se aliados, levando-a a explorar trekkings e montanhismo.

Em 2019, alcançou a montanha Salkantay, no Peru, mas sofreu uma queda de 40 metros, que resultou em uma lesão grave no tornozelo.

“Sobreviver a uma queda equivalente a um prédio de 13 andares e passar por oito cirurgias me trouxe uma nova perspectiva de vida. Desenvolvi uma resiliência emocional e espiritual que aplica em todos os aspectos da minha vida”.

Agora completamente recuperada, Fabiana vê esses desafios como lições valiosas que ajudarão a redefinir suas dores e fortalecer sua inteligência emocional. Aprender a aceitar ajuda foi um dos maiores aprendizados dessa fase, conta ela.

O desafio de Fabiana Nunes no empreendedorismo aos 50

Ao embarcar em seu primeiro projeto como empreendedora, Fabiana admite ter recebimentos, especialmente com o investimento financeiro e o tempo necessário.

Mas suas vivências trouxeram confiança para seguir em frente:

“Estar no topo, como no pico de uma montanha, pode ser solidão e frio. Mas, às vezes, é só uma questão de se abrigar e planejar novos caminhos.”

Durante sua carreira, Fabiana também descobriu o etarismo nas empresas, principalmente contra mulheres com mais de 40 anos.

“As empresas dizem apoiar o empoderamento feminino e a inclusão, mas na prática, vemos mulheres com excelência profissional estagnadas, sem

Ela alerta que a transição de carreira aos 50 anos não é fácil, mas traz um senso de segurança que só a experiência oferece.

“Você olha para tudo o que já conquistou e sente coragem de expandir esse conhecimento. É uma mistura de emoções, mas o desejo de fazer acontecer fala mais alto.”

Para outras mulheres que decidem empreender depois dos 50 anos, Fabiana aconselha: “Tenha uma segunda fonte de renda, se possível, e transforme seu conhecimento em negócios.”

“Use sua força, sensibilidade e coragem. Ouse entrar em espaços predominantemente masculinos e fazer acontecer.”