Há 30 anos, Maria Loiva Andrade desbravou a profissão na Região do Grande Oeste de Santa Catarina e hoje é referência na condução das atividades. “Eu trabalho a advocacia como uma vocação.”
À medida que as sociedades evoluem, as mulheres conquistam espaços que antes lhes eram negados.
No universo jurídico, essa conquista é notável, pois as mulheres não apenas ingressam na profissão em números cada vez maiores, mas também deixam sua marca em áreas que antes eram predominantemente masculinas.
Elas assumem a condução de um trabalho firme e de protagonismo, moldando de maneira marcante a paisagem jurídica.
E um desses exemplos de protagonismo e inspiração vem de Maravilha, no Extremo Oeste catarinense. A advogada Maria Loiva de Andrade, há 30 anos, decidiu trocar a profissão de Oficial de Justiça da comarca de Maravilha pelo Direito.
“Na época, cursava Ciências Contábeis na Fundeste, hoje Unochapecó, mas resolvi fazer vestibular para Direito. Ao concluir o curso, pedi exoneração do cargo público e fui advogar inicialmente na área trabalhista, que também hoje é meu foco. Trabalhando para trabalhadores”, explica.
::: Acompanha essa história >>> Caroline Dallacorte, uma força feminina na tecnologia
Área de atuação
O escritório que leva o nome de Maria Loiva também atua na área Civil, Previdenciário e do Direito Público.
A advogada possui especialização em Ciências Jurídicas e Processo Civil, além de Mestrado em Direito, habilitando-a para lecionar. Já foi professora dos cursos da Unoesc de São Miguel Do Oeste, Pinhalzinho, Maravilha e Videira.
Entre 2004 e 2012, ela foi vereadora em Maravilha, defendendo o direito dos trabalhadores e trabalhadoras.
Em 2022, Maria Loiva concorreu à disputa de uma vaga para desembargadora ao Tribunal Regional do Trabalho (TR12), representando a classe da Região Oeste. Chegou aos seis mais votados do estado de Santa Catarina.
Conselhos da advogada Maria Loiva
Maria Loiva explica que essa é uma situação difícil, que exige discernimento e paciência. Para ela, ser advogada, mãe e dona de casa é uma tarefa árdua e, por algumas vezes, impossível.
“Se você se dedica bastante ao trabalho, falta alguma coisa nos demais lados, porque a mulher também fica cansada na batalha do dia a dia. O mundo nos exige que cumpramos as tarefas, mas posso dizer que sempre uma não fica bem feita. Dediquei-me muito a profissão, e como tenho três filhos também me dediquei a eles, por isso, os tive com oito anos de diferença”, conta.
::: Veja também >>> Terezinha aprendeu a desafiar-se e a consquistar o próprio espaço
Conhecimento e mudança de atitude
Na advocacia, conforme destaca a advogada que é secretária-adjunta da Associação Catarinense de Advogadas e Advogados Trabalhistas (Acat), é importante a união de classe em prol de objetivos em comuns.
“Na Acat, buscamos discutir e debater as relações da Justiça do Trabalho para toda a categoria e a melhora nas relações de trabalho”, enfatiza.
O conselho de Maria Loiva, as jovens advogadas, é que façam da advocacia uma vocação, uma missão de vida.
“Eu trabalho a advocacia como uma profissão, uma vocação. É importante estudar, estar atualizada sobre o mundo jurídico para fazer a diferença, pois cada causa defendida é importante”, reflete.
Para o futuro, pondera a experiente advogada Maria Loiva, é necessária uma evolução de conhecimento e mudança de atitude.
Segundo ela, “estamos em um período do exercício da cidadania, mas me preocupa muito uma sociedade despolitizada, porque o direito nada mais é que o poder codificado. E qual é a responsabilidade que os novos juristas estão levando para si, para essa nova sociedade?”, enfatiza Maria Loiva.
Neste cenário, ela destaca a importância de não enfraquecer diante das dificuldades, em qualquer atividade que a pessoa exerça, e fazer o possível no seu dia a dia para que seja possível um mundo melhor para todos e todas.