três mulheres sobrando papel picado

Psicóloga dá quatro dicas de como manter as amizades em um nível saudável e o que realmente vale a pena nesta relação de cumplicidade

De acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), apenas 50% dos sentimentos amistosos são correspondidos. Ou seja, possivelmente, você só pode contar com metade daqueles que considera amigos.

Em certa altura da vida já temos o entendimento de que “amigos verdadeiros se contam nos dedos”. Essa relação de afeto sincero é tão importante que tem uma data, o Dia da Amizade é celebrado em 14 de fevereiro.

“A amizade é amor e companheirismo”, resume a psicóloga Ana Beatriz Sahium, que atende na Clínica Mare, no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia.

Ela diz que manter uma relação de amizade fortalece os vínculos. “É importante ter uma pessoa ao lado para dividir as coisas, sentimentos. Outro exemplo de importância é para aqueles que têm famílias pequenas, os amigos se tornam uma extensão dela”, destaca.

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Mas como classificar os amigos? Cumplicidade. É ela que vai separar quem realmente é seu amigo.

“Nos momentos bons é muito fácil ter companhia, para sair, rir, se divertir. Mas nos momentos de fraqueza, ou vendo nosso pior defeito, não são todos que estão juntos”, salienta Ana Beatriz.

“Se eu não puder ser eu mesmo com a pessoa, é porque as amizades não é tão profunda”, completa ela, que faz parte de um grupo de cinco amigas que mantém esse vínculo há 20 anos.

Dicas para desfrutar as amizades de forma saudável:

Sem projeção

Para evitar ter frustrações com as amizades, a dica da psicóloga é ter cuidado com a projeção de suas expectativas no outro.

“Nós projetamos no outro algo que falta em nós e quando a pessoa não corresponde aquilo, vem a frustração. Por isso é fundamental estar bem para que outras pessoas possam chegar para somar”, revela a especialista, que acrescenta que o cuidado com a expectativa deve acontecer em todos os relacionamentos.

Tolerância e amizades

Ana Beatriz ainda acrescenta sobre a tolerância entre amigos.

“Perdoar é um ato de amor, tenho que entender o outro, quando perdoo o outro também estou me perdoando. A amizade não pode ser tão frágil que não consigo perdoar. Vocês podem até não voltar a ser amigos como antes, mas é importante haver o ato do perdão. Na vida hoje tudo é diálogo”, ressalta ela, que fala sobre entender as fases.

“Todos temos momentos que podemos focar mais em certas coisas, estudo, trabalho, um namoro, o amigo às vezes fica em segundo plano, mas a se for verdadeira amizade continua, mesmo sem uma presença constante”.

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Redes sociais e presença

Sobre as redes sociais, a psicóloga alerta para o equilíbrio.

“Na pandemia, as redes sociais ajudaram muito, mas de uma maneira geral é importante ter um meio termo. As redes vieram para fortalecer, ela não substitui o outro, mas aquece o coração. Porém, não pode ser só mensagem, tem que ter o lado da presença, conseguir brechas para ver o outro, nem que seja para um lanche”.

Ana Beatriz Sahium destaca ainda que conhecer a família do amigo ajuda a manter o vínculo por mais tempo.

Autoestima e cumplicidade

Por fim, ela reforça a importância de estar bem consigo mesmo. “É preciso autoestima, tenho que gostar de mim para me aproximar dos outros. Alimentar amizade é relacionamento, estar perto sempre, ser você mesmo. E, se de tudo não estiver dando certo, não deve ficar forçando. É cumplicidade e entender o outro”, salienta Ana Beatriz.