Educação respeitosa_um novo olhar sobre criar filhos_misnara_

Mentora parental Misnara Brisot, mãe de Arthur, 4 anos, e Amelie, de 2 anos, explica o que significa educação respeitosa e como educar com firmeza e gentileza

Por Misnara Brisot, escritora, mãe, mentora parental

Nasce uma mãe e um pai, nasce uma dúvida não é mesmo? E nessa busca constante para dar o melhor para os nossos filhos, as vezes nos perguntamos: será que estou educando bem o meu filho?

Será que isso é o melhor pra ele? Será que eu deveria ter agido assim?

Por muitas vezes me perguntam: mas o que significa essa tal de Educação Positiva, Educação Respeitosa ou Educação Empática?

Educar respeitosamente significa, de fato, respeitar a criança e tratá-la com a mesma importância e consideração que eu gostaria de ser tratada.

É o educar com base no respeito mútuo, na empatia, na firmeza, no ensinar de forma não-violenta. É o equilíbrio entre o autoritarismo e a permissividade. Educar com firmeza e gentileza.

Infelizmente, a forma mais utilizada ainda é o educar autoritário, mas esse é um educar ultrapassado. Os nossos pais nos ofertaram o melhor que podiam, com os conhecimentos que tinham. Agradecer pelo educar dos nosso pais, não significa repetir os mesmos passos.

O mundo mudou, temos muito mais informações, embasamento e possibilidades para um educar mais consciente.

O foco do educar não deve ser apenas na matemática, física ou português, mas sim desenvolver habilidades emocionais, sociais e autoconhecimento.

Visão sobre educar

Queremos filhos confiantes, felizes e educados, mas os nossos métodos são baseados em castigos, punições e palmadas.

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Esperamos que as crianças sejam obedientes, “comportadas”, apáticas, que não questionem e não sejam vistas e nem ouvidas. É claramente incoerente!

Estamos num mundo adoecidos emocionalmente. Fomos ensinados a obedecer nossos pais, mas não nos ensinaram a reconhecer nossas necessidades.

Nos ensinaram a agradar o outro, mas não nos ensinaram a nomear o que estamos sentindo. Aprendemos muito sobre o mundo exterior, mas pouco nos foi ensinado sobre o nosso mundo interior.

Educação respeitosa

Estamos acostumados a ensinar e explicar tantas coisas para os nossos filhos, não é mesmo? Falamos o que é uma bola, como andar de bicicleta, como usar uma faca e que essa pode ferir.

Mas não estamos acostumados a dizer sobre a raiva, a ansiedade, a angústia e o medo, sentimentos que podem ferir tanto quanto a faca.

Insistir em ignorar os sentimentos, é educar pessoas incapazes de lidar consigo mesmas.

Parece forte o que vou dizer, mas faz sentido pra você que somos analfabetos emocionais educando novos analfabetos emocionais?

Como estamos preparando os nossos filhos para os anos que seguirão longe de nós? Se eu te perguntasse hoje quais são habilidades que você deseja ver no seu filho amanhã e pedisse que listasse com o seu comportamento atual com ele, as listas se combinam?

A sua forma de educar tem ensinado as habilidades que busca ver?

Quanto tempo do seu dia você tem dedicado intencionalmente para desenvolver essas habilidades?

As atitudes que você tem hoje são coerentes com o adulto que você deseja ver no seu filho amanhã?

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Na sociedade imediatista em que vivemos, onde corremos contra o relógio, não sobra tempo para esperar nossos filhos amarrarem o cadarço enquanto o relógio já marca a hora de entrar pra escola.

Ou permitir que escolham e vistam a roupa enquanto perdemos o despertador e estamos atrasados.

Educação respeitosa e o desenvolvimento de habilidades

Se queremos ter filhos confiantes, capazes, autônomos e emocionalmente saudáveis precisamos desenvolver essas habilidades na infância. E é por meio do nosso cotidiano que desenvolvemos isso.

Quando permitimos fazer coisas que eles são capazes, mas no tempo deles, estamos desenvolvendo autonomia.

Se a criança cai e a gente acolhe e valida, estamos desenvolvendo a confiança dela, que a gente se importa e que a criança é vista.

Quando nossos filhos escolhem a roupa, estamos desenvolvendo o poder de decisão.

E quando estimulamos o brincar sozinho, estamos desenvolvendo habilidades sociais, cognitivas, emocionais e físicas.

Se intermediamos um conflito entre irmãos, em vez de apenas separá-los estamos desenvolvendo a empatia, resiliência e resolução de conflitos.

Quando dialogamos em vez de punir ou castigar, estamos ensinando sobre respeito, confiança, sobre o erro e a consequência e desenvolvendo o córtex pré-frontal (parte do cérebro responsável pelas habilidades emocionais).

Como diz Jane Nelsen, autora do livro Disciplina Positiva: “De onde tiramos a ideia absurda que para fazer uma criança agir melhor precisamos antes fazê-la se sentir pior?”

É na infância que nossos filhos aprendem quem são e começam a traçar a personalidade dos adultos que serão.

Cuidar da forma como estamos educando nossos filhos, é cuidar do mundo que receberá esses seres mais conscientes de si.

Faz sentido pra você?

Sou Misnara Brisot, escritora, mãe, Mentora Parental, Educadora Emocional e Especialista em Educação Sexual infantil pela Escola de Educação Empática – primeira formação parental do Brasil reconhecida pelo MEC.

Meu propósito é ajudar educar esses seres mais conscientes de si. Filhos resilientes, emocionalmente saudáveis e confiantes que farão a diferença no mundo amanhã.

Quer vir comigo?

Será uma honra te ajudar nessa caminhada.