A mentora comportamental de empreendedoras, Elizane cria comunidade e é inspiração às mulheres

“Somos seres em construção permanente”. O que essa frase diz para você? Tomada de decisão, capacidade de gestão de tempo, fortalecimento, autoconhecimento, entre outras características.

Se for empreendedora, também acrescenta dedicação e superação, não é mesmo! Pois bem, essa frase representa muito bem a trajetória da mentora comportamental de empreendedoras, Elizane Margarete Longhinotti, 51 anos, a Eli.

Nascida em Nonoai/ RS mudou-se para Chapecó aos 18 anos e, desde os 23 anos, já era empreendedora. Com especializações na área de Administração de empresa, coach, terapias, todas com o objetivo de ajudar as pessoas, em especial as mulheres, no crescimento pessoal e profissional.

Mãe do Bruno, 28 anos, e Gabriela, 26 anos. Eli viu a vida mudar quando a filha foi diagnosticada com uma doença rara, aos 14 anos.

“Sempre trabalhei muito, tive empresas de vários ramos, algumas deram certo outras não, mas todas fizeram parte da minha história. E foi esse trabalho que deu sustentação para salvar minha filha”, lembra.

Superação e persistência fazem parte da história de Elizane

Para superar esse desafio para o tratamento da doença rara, sem nenhum caso registrado no Brasil na época, iniciou-se uma investigação em Chapecó, depois Passo Fundo, São Paulo e Curitiba.

“Tentamos tudo, aos 19 anos, a Gabriela não tinha função renal e precisou de uma máquina para viver”, diz.

Eli recorda que na época da pandemia, outra médica assumiu o caso da filha e com isso uma nova esperança nasceu: o transplante. Há pouco mais de um ano e meio, as primeiras pesquisas sobre o caso no Brasil foram publicadas e polos de pesquisa foram abertos, um deles em Porto Alegre, que realizava transplante intervivos

Em abril, deste ano foi possível à transferência de Curitiba para Porto Alegre e em maio, a primeira consulta foi realizada. “Já na primeira consulta foi solicitado o teste para compatibilidade. Começou os medos e desafios e muita coisa aconteceu até chegar o resultado que eu seria a doadora. Como mãe, se meu filho fosse o doador, não estaria preparada para ver meus dois filhos na sala de cirurgia, acho que nenhuma mãe está”, conta.

O transplante ocorreu em 15 de agosto de 2023 e foram 60 dias em Porto Alegre até que a família retornasse a Chapecó.

A mãe, enfatiza Eli, falou mais alto em todos os sentidos, mesmo sendo a provedora da casa, e em alguns momentos o lado financeiro estar comprometido. Hoje, as duas se recuperam e Eli já está na ativa novamente.

“Dar a vida para ela pela segunda vez é um misto de emoção, sentimento e dever cumprindo”, afirma.

Equilíbrio e decisão são pilares

Na sua história de vida, Eli soube equilibrar e decidir o momento de ser mãe ou profissional. E é neste sentido que ela comenta sobre o equilíbrio, onde a mulher quer ser ou muitas vezes é vista como “mulher maravilha”, onde precisa dar conta de tudo: ser boa mãe, esposa, filha, amiga e profissional.

Mas, que neste processo é necessário ter o equilíbrio profissional e pessoal. A gestão de tempo parte de dois princípios: primeiro a tomada de decisão e a segunda estabelecer prioridades para começar gerir o tempo.

E para fortalecer e empoderar mulheres é que surge a Comunidade Donna’s, coordenada por Eli. A comunidade surgiu em um momento de viagem à Curitiba, onde várias situações não tão boas aconteceram que fizeram tomar essa decisão e recuperar um projeto antigo. O grupo começou a operar as atividades no dia 2 de janeiro de 2022.

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Quem sobe, puxa a outra!

Eli comenta que a ideia era propor algo diferente e que, nesta construção e recuperação do projeto, lembrou que muitas mulheres falavam sobre a força externalizada por ela.

“Porque ninguém me viu cair com a situação da Gabriela. Se eu chorei, sim, chorei no banheiro ou na gruta da igreja. Porque ela me precisava ver forte, pois era o suporte. Eu não permitia cair. E quando veio esse pensamento de ter a ‘metade da força que você tem’, eu disse: é isso: eu preciso ajudar as mulheres a serem mais fortalecidas”, enfatiza.

O Donna’s tem como lema “Quem sobe, puxa a outra”, e é uma comunidade que possui mulheres de 23 a 64 anos, que trabalham como CLT, empreendedoras e que estão buscando seu propósito de vida.

O grupo se reúne de forma presencial uma vez por mês para encontros com temas diferentes como: autoconhecimento, mentoria financeira, mentoria de posicionamento, criatividade, resgate familiar para processo de crescimento, além de temas ligados aos negócios.

As participantes da comunidade também tem acesso a uma plataforma on-line com conteúdos diversos.

As mulheres que desejam participar podem escolher uma das três modalidades de mensalidade. Para isso, basta entrar em contato através da conta no Instagram: @donnasdoseusucesso.

Outras atividades também são conduzidas por Eli como mentorias e o projeto Conexão Feminina, que terá a terceira edição em 2024.

Desejo futuro

Eli enfatiza que ser uma mulher fortalecida não é ter problemas, mas é saber sair deles. E no mundo dos negócios, o conhecimento, dedicação e uma pitada de alegria fazem a diferença para a condução do sucesso.

“Empreender pode ser leve, a partir da tomada de decisão. Um detalhe importante, os negócios são mantidos por pessoas. Esteja com as pessoas que te levem para o próximo passo”, contextualiza.