Advogada Andressa Gnann explica que dependência financeira é, muitas vezes, determinante para permanência em relacionamentos abusivos

A dependência financeira pode ser um caminho para a violência doméstica. De acordo com uma pesquisa do Observatório da Mulher contra a Violência em parceria com o instituto Datasenado, 46% das mulheres que sofrem violência em casa não denunciam seu agressor para a Justiça por serem dependentes financeiramente, o que mostra a necessidade do público feminino conquistar independência financeira como uma forma de proteção e liberdade de escolha.

Uma das ferramentas para que isso aconteça pode ser o empreendedorismo.

Segundo a advogada e empresária Andressa Gnann, sócia fundadora e gestora do escritório Gnann e Souza Advogados, considerado como Referência Nacional e Melhores do Ano em Advocacia e Justiça, a dependência econômica faz com que muitas mulheres permaneçam em relacionamentos abusivos.

“Trata-se de um tema que sempre precisaremos ressaltar e falar a respeito, pois sabemos que a violência doméstica geralmente ocorre por dois motivos principais: dependência emocional e dependência financeira”, afirma. 

A especialista explica que, no caso das finanças, quando a mulher consegue ter seu próprio dinheiro e sabe lidar com ele, acaba tendo mais condições de conseguir identificar uma dependência emocional e ir atrás de meios para sair dela.

“Quando ela não é dependente financeiramente, ela tem mais chances de fazer os acompanhamentos necessários para sair da situação, como buscar terapia, psicólogos e advogados, identificando mais facilmente eventual dependência emocional, possibilitando a cura dessa ferida invisível”, avalia Andressa.

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A advogada lembra que, desde o início da história, o papel das mulheres se resumia a cuidados com a casa e a família, enquanto cabia aos homens o papel de provedor. Com isso,  o estereótipo de gênero foi sendo criado a partir de um papel desempenhado e imposto pela sociedade às mulheres.

“Elas não saiam para trabalhar, não ganhavam o próprio dinheiro e acabavam ficando dependentes de relacionamentos abusivos. Hoje a história é outra. Boa parte das mulheres conquistou seu espaço, mas ainda há muitas que são agredidas fisicamente e psicologicamente, grande parte por não terem sua independência financeira e, portanto, faltam possibilidades de fazerem escolhas melhores por medo de não conseguir dar conta”, analisa. 

Empreendedorismo é o caminho

Andressa Gnann acredita que o empreendedorismo pode ser peça-chave para uma transição de vida da mulher e é algo que pode começar de qualquer forma, em qualquer história.

“Toda mulher pode olhar para dentro e buscar uma alternativa para gerar receita. Algumas vão fazer bolos e guloseimas, outras vão ser excelentes no artesanato, outras terão habilidades para ensinar, para cuidar da beleza.”

Ela recomanda que as mulheres podem começar com o que têm, da forma que for possível, e irem, aos poucos, buscando ajuda para tornar uma renda extra algo maior, se tornando pequenas empreendedoras. 

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A sócia fundadora e gestora do escritório Gnann e Souza Advogados, lembra que há muitos grupos e redes de apoio para a mulher que sofre violência doméstica, assim como para aquelas que desejam empreender.

“O mais importante é entender que é possível sair de uma situação de abuso e buscar uma vida melhor. A partir dessa conscientização, a mulher deve avaliar quais as suas habilidades que poderiam gerar receita e ir atrás de educação para conseguir empreender e sair da dependência”, orienta Andressa.

Passos para empreender e ter autonomia

Confira alguns passos que a mulher que deseja buscar autonomia por meio do empreendedorismo deve seguir:

  • Mapear a rede de segurança, como familiares, amigos e organizações especializadas que poderiam oferecer apoio e orientação. 
  • Identificar habilidades e interesses que poderiam ser usados para gerar renda.
  • Buscar capacitação, indo atrás de cursos e treinamentos que podem ajudar a entrar no mundo do empreendedorismo. “Atualmente, dá para começar com muitos cursos gratuitos que estão à disposição na internet”, aconselha Andressa Gnann.
  • Ter um plano. Ou seja, é preciso definir produto ou serviço, pensar no público-alvo, nos custos e na estratégia de marketing, que pode ser iniciada tendo como foco as pessoas que fazem parte do entorno da mulher.
  • Seguir profissionais nas redes sociais que falam, ensinam e direcionam sobre empreendedorismo.
  • Fazer parte de grupos e comunidades de empreendedoras.
  • Mas, acima de tudo, deve ter o desejo de mudança, o desejo de uma vida melhor e o desejo de transformar o seu futuro.

    Andressa Gnann tem o propósito de empoderar mulheres

    Andressa Gnann é mãe, advogada, palestrante, empresária, empreendedora serial, mentora, professora, Coach, Practitioner em PNL, consultora de negócios e responsável pelo projeto Papo de Leoa que tem o compromisso em instruir, inspirar e empoderar mulheres, promovendo uma vida plena, equilibrada, próspera e feliz.

    Além de sócia e investidora em microempresas, também é sócia fundadora do escritório Gnann e Souza Advogados, classificado como referência nacional, reconhecido como Melhores do Ano em Advocacia e Justiça e com prêmio Quality Justiça.

    Para mais informações, acesse o instagram e para conhecer o projeto Papo de Leoa acesse:  instagram.