A fibromialgia afeta principalmente mulheres entre 30 e 50 anos, causando dor crônica e impacto emocional. O tratamento envolve medicamentos e terapias integrativas para melhorar a qualidade de vida

“Dor, muita dor no corpo todo. Ela está comigo há tanto tempo que já somos amigas íntimas. Aprendi a conviver com isso, apesar de não ser nada fácil. A sensação que tenho é de estar sendo abraçada por um arame farpado o tempo todo.”

Assim a secretária Claudia Aguiar descreve a fibromialgia, diagnosticada em 2013. “Mas não é só a dor. Há também a tristeza, a ansiedade, a fadiga, a sensação de inutilidade por não conseguir tomar um banho direito, porque até a água do chuveiro causa dor quando encosta no couro cabeludo”, complementa.

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A fibromialgia é causada por uma alteração no sistema nervoso central, que amplifica a percepção da dor. Seus sintomas incluem dores generalizadas pelo corpo, principalmente nas articulações, músculos, tendões e tecidos moles, com duração prolongada.

Além da dor, a doença pode causar fadiga, distúrbios do sono, depressão que está associada a desequilíbrios de neurotransmissores no cérebro como a serotonina, ansiedade, dificuldades de memória e concentração, bem como alterações intestinais.

Fibromialgia afeta cerca de 3% da população brasileira

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia afeta cerca de 3% da população brasileira, sendo mais prevalente em mulheres entre 30 e 50 anos. A razão dessa predominância ainda não é totalmente compreendida e estudos indicam que não há relação direta com os hormônios, pois a doença pode ocorrer tanto antes quanto depois da menopausa.

“O principal sintoma da fibromialgia é uma dor generalizada que acomete os dois lados do corpo por mais de três meses. O diagnóstico é clínico, pois não há alterações detectáveis em exames de sangue ou radiografias”, explica o neurologista e clínico geral Conrado Friggi Bissoli.

A intensidade da dor pode variar ao longo do tempo e ser desencadeada por fatores como estresse, desenvolvimento de outras doenças como infecções virais ou eventos traumáticos.

Fibromialgia não tem cura, mas pode ser controlada

Claudia conta que, além de medicamentos para controlar o desconforto, investe em terapia.

“As pessoas me veem e perguntam: ‘Mas você é tão alto astral, está sempre sorrindo, de bem com a vida’. Sigo assim porque não quero me tornar a reclamona. Mas já fiquei afastada do trabalho por dez dias sem conseguir me mexer, de tanta dor”, relata a secretária.

Especialistas afirmam que a fibromialgia não tem cura, mas pode ser controlada com eficácia. O tratamento combina duas abordagens: medicamentosa e integrativa.

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Os medicamentos têm como objetivo reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente, auxiliando também no sono e no controle do estresse. Para isso, podem ser prescritos antidepressivos, analgésicos e anticonvulsivantes.  

As terapias integrativas como fisioterapia, acupuntura e massagens, envolvem estratégias que ajudam a minimizar a dor e o impacto emocional da doença.

“O tratamento é individualizado e inclui orientações para evitar esforços pesados ou repetitivos, além da prática de alongamentos e exercícios musculares, preferencialmente com acompanhamento de um fisioterapeuta. Além disso, o uso de medicamentos para aliviar e prevenir as dores crônicas é essencial, frequentemente associado a antidepressivos, já que a doença pode causar alterações emocionais devido à dor constante e às limitações diárias”, ressalta Conrado.

Pesquisa e ciência no combate aos sintomas

O rol de medicamentos para o tratamento da fibromialgia é amplo e inclui analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos, ansiolíticos, anticonvulsivantes, relaxantes musculares e medicamentos para distúrbios do sono.

“O tratamento medicamentoso da fibromialgia, além de aliviar a dor, busca melhorar a qualidade do sono e tratar sintomas associados, como depressão e ansiedade”, explica a pesquisadora da indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi, Amanda Bedin.

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A farmacêutica paranaense tem investido e se dedicado à pesquisa de novos fármacos para tratar doenças que afetam o Sistema Nervoso Central, como o canabidiol indicado para casos de epilepsia refratária e também para doenças como distúrbios do sono, dores crônicas, ansiedade e autismo.

“Temos a pesquisa e inovação no DNA da Prati-Donaduzzi e além dos medicamentos que já produzimos e que são utilizados no tratamento da doença, estamos em constante pesquisa para o desenvolvimento de novos medicamentos, que diminuem os sintomas da doença”, complementa Amanda.