A empresária Sophia Martins está entre os 37% de mulheres brasileiras que optam por não ter filhos. Um dos motivos que ela relata é a dedicação à carreira, que hoje passa a ser prioridade

Uma pesquisa realizada pela empresa farmacêutica Bayer indica que 37% das mulheres brasileiras não querem ter filhos. Um dos motivos relatados é a dedicação à carreira, que hoje passa a ser prioridade.

A renúncia à gravidez pode estar relacionada com o crescimento de mulheres em cargos de liderança.

A empresária Sophia Martins, de 39 anos, é um exemplo disso.

“Casei cedo e logo os questionamentos sobre ser mãe iniciaram. Na verdade, estou segura de minha decisão, optei por não ter filhos e talvez as pessoas não entendam que está tudo bem não querer a maternidade. Trabalho em um mercado competitivo e que demanda muito do meu tempo e dedicação. Eu escolhi isso”, comenta ela relembrando a trajetória profissional.

Atualmente, Sophia está no mercado imobiliário como sócia da primeira incorporação 100% feminina do país e atua no mercado americano.

::: Fique por dentro >>> Além do relógio biológico: quais são os cuidados da gestação após os 40 anos

Um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), da USP, mostra que 6,8 milhões de mulheres negras e 4,3 milhões de brancas ficaram fora da força de trabalho em 2022 para cuidar dos filhos, apesar de desejarem estar no mercado.

Dificilmente um pai é julgado ou questionado se exerce ou não a sua paternidade, no entanto, o mesmo não ocorre com o sexo oposto.

O direito a não maternidade

Hoje, as mulheres ainda precisam brigar pelo direito a não maternidade como opção. Mulheres que optam por não ter filhos, além de sofrerem pressões sociais, lidam com isso dentro e fora de casa.

“O posicionamento das mulheres que optaram por não ter filhos, como eu, ainda é um tabu nos dias de hoje, o que não deveria ser. A felicidade é a escolha de não estar na maternidade, e isso não é um problema”, explica a empresária.

“Optar por não ter filhos é uma escolha válida e legítima. Cada mulher tem o direito de decidir o que é melhor para si mesma, e essa decisão deve ser respeitada e aceita sem julgamentos ou estigmas”, completa.

Sophia Martins atua no mercado imobiliário de luxo, é formada em Direito pela PUC-SP, Administração de Empresas no Mackenzie, Ciências Políticas na PUC-RS, Ciências Públicas e Políticas em Harvard e se especializou em Gestão de Pessoas, na FGV.

::: Veja ainda >>> Maior parte das mulheres chefes de família é informal

Além disso, é co-autora do livro Mulheres do Imobiliário (2019-2020), em que fala sobre metas e lançou o livro em 2023 “A Profissão de Milhões: O que Ninguém te Contou” em Português, Inglês e Espanhol.

A empresária decidiu dedicar a vida à carreira e ocupar cargos de liderança, representando o aumento da porcentagem de mulheres nesse ramo.