mulher vestindo preto com cabelos compridos em frente a um espelho com luzes

Jandaraci Araújo tem uma bela história de superação, mostra que perseverança e obstinação podem levar as pessoas a realizar e conquistar sonhos

Hoje, ela é uma das co-fundadoras do Conselheira 101, programa de incentivo à presença de mulheres negras em conselhos de administração. É Conselheira Emérita do Capitalismo Consciente Brasil. 

Mas também atuou como subsecretária de Empreendedorismo, Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo também diretora Executiva do Banco do Povo Paulista (primeira mulher desde criação em 1997 a ocupar o cargo). 

Também tem no currículo: palestrante, professora de Finanças Corporativas de pós-graduação e consultora. Tem MBA em Finanças e Controladoria pela Fundação Getúlio Vargas, MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral. Especializou-se em Gestão Estratégica pela Business School e Inteligência Competitiva pela ESPM São Paulo.

O começo

Caçula de uma família de seis irmãos. Nasceu na Bahia e lá teve duas filhas – Diumara e Luana. Segundo elas, as duas foram e são fontes de inspiração para enfrentar as batalhas que a vida colocou no caminho dela.

“Sou chamada pelos amigos de Janda, sou mulher, preta e nordestina e na minha vida sempre tive que batalhar para proporcionar um futuro melhor às minhas filhas. Por causa disso, me reinventei várias vezes e fiz de tudo, consertei eixo de caminhão e tive uma pequena serralheria onde cortava, moldava e soldada ferros.”

Mesmo com currículo e boa formação, ela não conseguia emprego. Então, decidiu fazer a trajetória de muitas mulheres e homens que migram do Nordeste para as regiões Sul. Com duas filhas saiu da Bahia para o Rio de Janeiro.

“Fui morar na casa da minha tia em Nova Iguaçu e procurar emprego, pois não queria pedir mais ajuda para os meus pais, que já me ajudavam demais com as meninas. Lá tive a ideia de vender salgados na porta de uma universidade, só não sabia que mais tarde eu estudaria lá”, lembra Jandaraci.

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A primeira oportunidade de Jandaraci

Foi vendendo salgados que conseguiu a primeira oportunidade. “Um professor que sempre comprava comigo um dia perguntou sobre minha história e conversamos.

No dia seguinte, ele me deu seu cartão e pediu que procurasse uma de suas gerentes. Cinco dias depois, comecei a trabalhar em uma das maiores redes do varejo”, conta a empresária.

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Anos depois, ela descobriu que a vaga não existia. “Fiz minha carreira lá. Fui transferida para São Paulo em 2003. Trabalhei durante muito tempo nessa empresa, e depois segui minha carreira no varejo”, conta

Nessa época, ela conta que recebeu um alerta da vida: um tumor no abdômen. “Percebi que precisava cuidar de mim e resgatar meus valores, perdidos entre a pressão por resultados.”

As lições de empreendedorismo de Jandaraci

Em 2015, ela e uma amiga e decidiram empreender, também no segmento varejista. “Começamos a operar a BP9 Business Partners, um comércio eletrônico de joias e roupas. Mas não conseguimos captar investimentos e nosso caixa secou. Vendemos a empresa em 2019”.

No mesmo ano, foi convidada para assumir o cargo de subsecretária de Empreendedorismo, Pequenas e Médias empresas do estado de São Paulo.

“Hoje, sou diretora-executiva do Banco do Povo, a primeira mulher desde a sua criação em 1997 a ocupar o cargo, coordenando uma equipe de mais de 700 agentes de crédito e com o desafio de torná-lo um banco digital”, enumera Jandaraci.

Ela também é conselheira da Women in Leadership in Latin America (WILL), ONG voltada para o empoderamento feminino nas organizações e voluntária no Grupo Mulheres do Brasil.

Atua como diretora financeira da Aristocrata Clube e coordena o programa Empreenda Rápido, que promove capacitação empreendedora, formalização e microcrédito.

“Há pouco tempo, conquistei mais um sonho: palestrei em um dos eventos mais importantes do mundo a TEDxSão Paulo e o lançamento do livro Mulheres nas Finanças, pela editora Leader, onde contarei minha trajetória, minhas experiências e como cheguei até aqui.”

O livro

O livro “Mulheres nas Finanças”, da série Mulheres, apresenta protagonistas de suas trajetórias profissionais por meio de experiências e cases de como superaram obstáculos no clima desafiador do mercado financeiro. A Leader pretende registrar o legado dessas mulheres no País tão necessitado de exemplo de pessoas inspiradoras.

“Tenho muito orgulho da minha trajetória, principalmente das dificuldades que passei por conta das minhas grandes paixões: minhas filhas. Olhando para trás vejo que valeu muito a pena. Hoje, a mais velha é formada em Direito e a outra estuda para Fisioterapia.”

Jandaraci conta que sempre estudou muito, fez vários cursos gratuitos, buscou bolsas de estudo ou patrocínio das empresas onde trabalhou.

Vergonha zero de pedir descontos, propor parcerias e pedir conselhos. A educação é transformadora, acredite,destaca.

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Por fim, a empresária conta que o propósito é lutar por uma sociedade mais igualitária, onde a cor da pele não defina o lugar onde devemos estar e ser mulher.

“Que não precisamos ser cota da cota (negra, mulher e nordestina), que não nos coloquemos como referência de diversidade, mas sim de normalidade, principalmente, nas posições de liderança, seja no setor público ou privado”, destaca.

Quer saber mais sobre Jandaraci Araújo acesse o perfil dela no Linkedin.