As conexões entre lugares que deram vida a um doce negócio que Nilcea tem com o marido
No estande da Feira SuperCasa, em Chapecó (SC), Nilcea Senna Lage, 68 anos, atende a todos com atenção e carinho. Foi assim que a equipe do minhavidamagnolia.com.br conheceu essa inspiradora história.
“Gosto muito do que faço, de ouvir as histórias, conhecer as pessoas”, conta a carioca que passou a vida viajando.
Das conexões com Nova Iorque no tempo em que trabalhava com turismo ao dia a dia em feiras e festas pelo país, a história de empreendedorismo começa com uma viagem do marido a trabalho para Poços de Caldas (MG).
Ronan é representante comercial e foi fazer as vendas em Minas Gerais, Nilcea acompanhando o marido, se encantou pela vocação da cidade mineira: os doces.
“As filhas cresceram, casaram, foram embora e eu não queria ficar em casa”, conta Nilcea sobre o ponto de partida do negócio, literalmente na estrada, há mais de duas décadas. Hoje, ela e o marido viajam o Brasil participando de feiras e vendendo os doces.
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Adpatações ao negócio para atender
A parceria com uma cooperativa que produz doces diferenciados (cristalizados) precisou de muito ajuste em relação aos pedidos e entregas, numa logística muitas vezes complicada, mas que hoje é sucesso em várias partes do Brasil.
A vinda pra Santa Catarina também tem tudo a ver com o delicioso sentimento de liberdade que o negócio proporciona.
“A gente veio fazer um evento em Itapóa (litoral Norte de SC). Quando terminou, sobraram alguns doces e uma amiga falou de uma feira em Itapema, na Meia Praia. Fomos pra lá e fiquei encantada. Tudo o que eu tinha na caderneta usei pra comprar um apartamento perto do mar. Ele chegou a ficar fechado por 2 anos, mas na Copa do 7 a 1 viemos para outro evento, em Brusque, e cansados de ficar em hotel ficamos no apartamento. Gostamos tanto que decidimos morar de vez em SC. Mas na nossa rotina já chegamos a ficar 6 meses direto fora de casa. Depois daqui de Chapecó, eu tenho feira em Blumenau, depois Curitiba e assim vai…”, conta a aposentada sobre a rotina mais longe do que em casa.
Escolha pelo Sul do País
A diversidade dos eventos do Sul do país também encantam a empreendedora carioca e movimenta os negócios.
Para ela, as danças, as princesas, as festas de colono, as vendas de bois são muito diferentes do que conhecia. E os doces chamam a atenção dos clientes por lembrar da guloseima que a mãe ou a avó fazia.
Sobre a rotina diferente, Nilceia não tem dúvida: “É muito bom viver na estrada! Pra gente que é aposentado, vive longe da familia, é triste ficar só em casa. Nas feiras, a gente faz muita amizade. Chega no hotel e tem bastante gente participando também, vai todo mundo jantar junto…”
Uma dica para as mulheres
Completando 45 anos de casamento e reforçando a parceria com o marido dia após dia na estrada, ela encontrou no doce cristalizado vendido em feiras uma nova vida: “Arrisquei, mas a vida é arriscar. Você pode se arrepender de nao ter feito. Mas é preciso sair do quadradinho. Todo mundo é capaz de criar alguma coisa, procurar algo que lhe dê prazer.”