Zeli Rossa

A força da empreendedora Zeli Rossa para vencer o câncer e a resiliência para continuar trabalhando são exemplos para muitas mulheres

Essa é uma história de superação! Zeli Rossa, de 60 anos, é casada, mãe de um casal de gêmeos e responsável pela Amora Silvestre, que começou como uma loja física há 21 anos.

O trabalho com pintura em tela e madeira foi ganhando mais contornos a partir das experiências que Zeli colecionou viajando: decoração e restauração de móveis, por exemplo, entraram no portfólio dessa empreendedora, mas sempre como foco no artesanato.

Mas essa história mudou no momento em que a artesã experiente sentia cada vez mais dores no braço. Segurar o pincel ou mesmo escrever “eram um sacrifício”. Passou por vários médicos, até o diagnóstico chegar, exatamente no Dia da Mulher, 8 de março, em 2015: era um câncer oculto muito difícil de ser descoberto, mais ainda de ser tratado.

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“Passei por químio, rádio, cirurgia, muitos procedimentos que me impendiam de continuar trabalhando. Fiquei muito fraca, tratamento intenso, e mesmo assim eu queria trabalhar”, reforça a aguerrida empreendedora de Xanxerê, que também tinha uma vida muito ativa em entidades como Lions Clube e escoteiros.

Mesmo doente, ela queria seguir com as atividades que eram da responsabilidade dela nestes grupos.

No âmbito familiar, a notícia do câncer veio na mesma semana em que a filha descobriu que estava grávida: “eu precisava ser forte para ajudá-la e via que a minha filha também queria ser forte para me ajudar”.  

A empreendedora conta que a família foi o porto seguro. O apoio dos filhos e do marido foi essencial para vencer a batalha contra a doença.

Momento de Zeli se reinventar

Após 18 anos de forma física, a loja precisou fechar para o tratamento. Mas a força de vontade era tão grande em continuar trabalhando, se manter ativa, mesmo com uma doença tão severa, que uma amiga sugeriu que Zeli usasse uma máquina de bordar eletrônica que estava parada.

“Gostei da ideia e voltei a trabalhar. Comprei e paguei e, hoje, já estou na terceira máquina”, reforça Zeli, sobre o negócio ter dado certo.

A partir daí, a Amora Silvestre se transformou em um ateliê montado na casa da família. Na linha de produção, jogos de banho, cozinha, enxoval de bebê, aventais, bolsas e bonecas de pano. Tudo para facilitar o trabalho, o convívio com a família e superar as limitações que a doença impôs.

“As bonecas exigem força para encher, estruturar, fico dias para fazer porque ainda sinto dor, meu braço incha muitas vezes, mas devagar termino e são minhas peças favoritas”.

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O contato para conquistar novos clientes e divulgar o trabalho é em “todas as feirinhas possíveis” como diz Zeli. Um momento para expor os produtos, mas principalmente interagir, criar conexões e contar essa história tão cheia de perseverança e resiliência.

Sobre nunca desistir, Zeli deixa um conselho:

“Sempre digo que a doença foi como levar uma foiçada nas pernas, te cortar pela raiz, mas te faz brotar de novo. Se reinventar na vida, trabalho, hábitos. É acreditar! Eu me coloco como exemplo. Eu quase não tinha chances e superei, com força, vontade, apoio da família. A gente não sabe de onde tudo isso vem, mas vem.”